Escola Dominical - Esboços da EBD
As Sete Cartas do Apocalipse
A mensagem final de Cristo à Igreja
Lição 7 - 13 de Maio de 2012
Leitura Bíblica em Classe: Apocalipse 3.1-6
SEMPRE É TEMPO PARA UM NOVO COMEÇO
1. CRISTO NÃO APROVA OS
REAVIVAMENTOS DISSIMULADOS
Apocalipse 3.1 E AO anjo da igreja que está em Sardes
escreve: Isto diz o que tem os sete espíritos de Deus, e as sete estrelas:
Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.
* Só o avivamento verdadeiro
promove real renovação espiritual[1]
Efésios 5.14 Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te
dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.
2. CRISTO QUER SUA OBRA CONDUZIDA
SEM CARNALIDADES
Apocalipse 3.2 Sê vigilante, e confirma os restantes,
que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de
Deus.
* Só vigiando a nós mesmos obtemos a espiritualidade autêntica[2]
I Pedro 2.11 Amados, peço-vos, como a peregrinos e
forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra
a alma;
3. CRISTO QUER QUE OS INDIFERENTES
ESPIRITUAIS ACORDEM
Apocalipse 3.3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e
ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um
ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.
* Só o arrependimento no
processo salvífico nos mantém salvos[3]
Jeremias 44.10 Não se humilharam até ao dia de hoje,
nem temeram, nem andaram na minha lei, nem nos meus estatutos, que pus diante
de vós e diante de vossos pais.
4. CRISTO QUER CRENTES DESPIDOS DA
SUA ROUPAGEM VELHA
Apocalipse 3.4 Mas também tens em Sardes algumas
pessoas que não contaminaram suas vestes, e comigo andarão de branco; porquanto
são dignas disso.
* Só o revestido do novo homem é
digno da eternidade com Cristo[4]
Efésios 4.24 E vos revistais do novo homem, que segundo
Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.
5. CRISTO GARANTE AOS FIEIS
VESTIDURAS DE GLÓRIA ETERNA
Apocalipse 3.5 O que vencer será vestido de vestes
brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e
confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos.
* Só vencerá os santificados que
conservam o nome no livro da vida[5]
Apocalipse 21.27 E não entrará nela coisa alguma que
contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no
livro da vida do Cordeiro.
6. CRISTO ALERTA A SENSIBILIDADE À
VOZ DO ESPÍRITO SANTO
Apocalipse 3.6 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito
diz às igrejas.
* Só o Espírito Santo pode
realizar transformações em nosso íntimo[6]
Romanos 12.2 E não sede conformados com este mundo, mas
sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.
- A quinta carta do Apocalipse foi endereçada a Igreja que estava localizada na cidade de Sardes.
- Vemos no conteúdo da sua carta, que o problema daquela Igreja não era heresia, pois lá não havia nicolaítas, como em Éfeso (Ap 2.6); nem os que seguiam a doutrina de Balaão, como em Pérgamo (Ap 2.14); tampouco as falsas profecias da profetiza por nome Jezabel, como em Tiatira (Ap 2.20).
- No entanto, apesar de ter nome de que vivia, a Igreja estava espiritualmente morta.
- Por isso, o Senhor Jesus envia-lhes esta carta com o intuito de exortar os cristãos ao arrependimento, conduzindo-os a um genuíno avivamento.
- A CIDADE DE SARDES
- Nome.
i. A palavra “Sardes” deriva-se do grego e significa “príncipe de
gozo”.
ii. Quando João escreveu esta carta, Sardes era uma cidade rica, mas
totalmente degenerada.
iii. Sua glória estava no passado e seus habitantes entregavam-se aos
encantos de uma vida de luxúria e prazer;
- Geografia.
i. Sardes foi a capital da Lídia no século VII a.C. e era uma das
cidades mais magníficas do mundo nesse tempo.
ii. Localizada a cerca de 24 Km de Esmirna e situada no alto de uma
colina, ela era fortificada por uma grande muralha, seus soldados e habitantes
se sentiam imbatíveis e pensavam que jamais cairiam nas mãos dos inimigos.
iii. Mas, a cidade orgulhosa caiu nas mãos do rei Ciro da Pérsia em
529 a.C., quando este a cercou por 14 dias, e depois a invadiu com seu
exército, quando os soldados de Sardes estavam dormindo.
iv. Um fato interessante é que, cerca de trezentos anos depois, por
volta de 218 a.C., Antíoco Epifânio dominou a cidade da mesma forma.
v. As duas invasões ocorreram por causa da autoconfiança e falta de
vigilância dos seus habitantes;
- Religião.
i. Como as demais cidades da Ásia Menor, Sardes estava
completamente comprometida com a idolatria, pois, tinha como padroeira a deusa
Cibele, que era creditada com o poder especial de restaurar vida aos mortos.
ii. No entanto, para a Igreja que estava espiritualmente morta
naquela cidade, somente o Senhor Jesus, o que tem os sete Espíritos de Deus,
poderia restaurá-la (Ap 1.4).
- A CARTA À IGREJA DE SARDES
- A
Igreja de Sardes tornou-se como a cidade: em vez de influenciar, foi
influenciada.
- Era
como sal sem sabor ou uma candeia escondida (Mt 5.13-16).
- Apenas
tinha nome e fama, mas não tinha vida (Ap 3.1).
- Jesus
enviou uma carta revelando a necessidade de um reavivamento urgente,
pois, havia muitos crentes mortos, e outros, dormindo, precisando ser
despertados (Ap 3.3,4).
i. “Ao anjo da Igreja” (Ap 3.1 a).
1.
Não podemos afirmar, ao certo, quem era o
anjo (pastor) da Igreja de Sardes.
2.
No entanto, podemos deduzir que ele
conhecia muito bem os problemas daquela Igreja.
3.
Todas as cartas foram enviadas ao anjo da
Igreja (Ap 2.1,8,12,18; 3.1,7,14,22) porque ele era a pessoa mais indicada, não
apenas para transmitir o conteúdo da carta aos cristãos daquela localidade,
como também corrigir os erros doutrinários e conduzir a Igreja a um genuíno
avivamento;
ii. “Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus, e as sete
estrelas” (Ap 3.1 b).
1.
A expressão “sete Espíritos” significa: a
multiforme operação do Espírito Santo, como podemos ver em (Is 11.1,2): “E
repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de
entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento
e de temor do Senhor”.
2.
Quanto as “sete estrelas” Jesus referiu-se
aos anjos (pastores) das Igreja, conforme (Ap 1.20);
iii. “Eu sei as tuas obras” (Ap 3.1 c).
1.
Já vimos em lições anteriores que, em todas
as cartas, Jesus diz: “Eu sei as tuas obras” ou “Eu conheço as tuas obras” (Ap
2.2,9,13,19; 3.1,8,15) o que significa dizer que Ele não está alheio ao serviço
que prestamos em prol do Reino de Deus aqui na terra.
2.
No entanto, o Senhor Jesus não fez menção,
nem elogiou as boas obras de Sardes, como em outras cartas, tais como:
a.
o trabalho e a paciência de Éfeso (Ap 2.2);
b.
a perseverança na fé da Igreja de Pérgamo
(2.13);
c.
o amor, o serviço, a fé e a paciência dos
crentes de Tiatira (Ap 2.19);
d.
pelo contrário, o Senhor Jesus diz: “Não achei
as tuas obras perfeitas diante de Deus (Ap 3.2);
iv. “Tens nome de que vives e estás morto” (Ap 3.1 d).
1.
A Igreja de Sardes vivia apenas de
aparência, pois, aos olhos dos habitantes da cidade, ela existia e estava
presente: “tens nome de que vives”; mas, aos olhos daquEle que são como chamas
de fogo, era uma Igreja morta, sem vida e sem vigor espiritual “mas, estás
morta”.
2.
Escrevendo aos romanos, o apóstolo Paulo
disse que o cristão deve considerar-se morto para o pecado e vivo para Deus (Rm
6.11,13); mas, em Sardes, estava havendo o inverso: muitos crentes estavam
vivos para o pecado e mortos para Deus;
v. “Sê vigilante” (Ap 3.2 a).
1.
O termo “vigiar” significa “estar atento”,
“estar vigilante”.
2.
Esta foi a primeira recomendação do Senhor
Jesus àquela Igreja.
3.
A vigilância é uma atitude exigida a todo
cristão (Mt 24.42; Mc 13.37; Lc 21.36; At 20.31), mas, principalmente, para os
crentes sinceros e fiéis que estavam vivendo entre os mortos.
4.
Em outras palavras, o Senhor Jesus estava
dizendo: se não vigiares, poderás morrer também! Assim como a cidade fora
invadida duas vezes por falta de vigilância, o mesmo poderia ocorrer com o
remanescente fiel, caso eles não vigiassem;
vi. “Confirma os restante que estava para morrer” ( Ap 3.2 b).
1.
Cristo ordena livrar “os que estão
destinados à morte”.
2.
A expressão “confirma” não significa
confirma sua morte, e sim, confirma sua fé (At 14.22; 15.32; 16.5; 18.23; I Pe
5.10; II Ts 3.9).
3.
Isto nos ensina que a Igreja não estava
morta por completo, pois sempre houve, e sempre haverá um remanescente fiel (Ap
2.6,13,24; 3.4).
4.
É por esta razão que o Senhor Jesus diz:
“Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes, e
comigo andarão de branco; porquanto são dignos disso” (Ap 3.4);
vii. “Não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus” (Ap 3.2 c).
1.
Esta exortação do Mestre nos ensina que não
basta ter obras, serviços prestados e trabalhar para o Senhor.
2.
É preciso que as obras sejam perfeitas.
3.
Mas, o que é uma obra perfeita?
4.
É uma obra feita de todo coração (Cl 3.23),
com alegria (Sl 100.2) e para a glória de Deus (I Co 10.32).
5.
Na primeira epístola aos coríntios, o
apóstolo Paulo enumera seis tipos de “obras”, a saber: madeira, feno, palha,
prata, ouro e pedras preciosas (I Co 3.12).
6.
Somente as obras que permanecerem é que
serão recompensadas (I Co 3.13-15);
viii. “Lembra-se, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o” (Ap
3.3 a).
1.
A Igreja de Sardes não poderia queixar-se
por não conhecer a doutrina.
2.
As palavras do Senhor Jesus são enfáticas:
“Lembra-se, pois, do que tens recebido e ouvido” o que significa dizer que os
cristãos já haviam recebido o genuíno Evangelho.
3.
A Bíblia nos exorta a lembrar das palavras
que foram ditas pelos profetas (Jd 1.17) e das palavras do Senhor (Lc 24.6,8;
Jo 15.20); inclusive, uma das atribuições do Espírito Santo é lembrar as
palavras do Senhor (Jo 14.26).
4.
Este lembrar implica que os cristãos deveriam também, guardar, ou seja, cumprir,
obedecer;
ix. “E arrepende-te (Ap 3.3
b)”.
1.
Arrepender-se significa sentir tristeza por
haver violado as leis divinas e ter o desejo de voltar-se a Deus, implorando o
perdão e o favor divino.
2.
Deus exige arrependimento não apenas dos
pecadores (Mt 3.11; 4.17; Mc 1.15; 2.17; Lc 3.3,8; At 3.19; 17.30), mas também
daqueles cristãos que não andam em sinceridade (Ap 2.5; 2.16; 21,22; 3.3,19).
3.
O Senhor Jesus esperava que ao receberem
aquela carta, os cristãos se arrependessem dos seus pecados para receberem a
vida (At 11.18);
x. “E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não
saberás a que hora sobre ti virei (Ap 3.3 c)”.
1.
A cidade de Sardes fora invadida e dominada
duas vezes porque se sentia muito segura, e não vigiou.
2.
Jesus alerta a Igreja que, se ela não
vigiar e não acordar, ele virá a ela como o ladrão de noite, inesperadamente.
3.
Em seu sermão profético, o Senhor Jesus
ensinou sobre a vigilância, comparando a Sua vinda como a ação de um ladrão, ou
seja, em momento inesperado (Mt 24.43,44).
4.
Os apóstolos também falaram acerca de Sua
vinda “como um ladrão” (I Ts 5.2,4; II Pe 3.10).
5.
Porém, quando Jesus disse a Igreja de
Sardes que “viria como um ladrão” não estava se referindo a Sua Segunda Vinda,
e sim, a um juízo iminente, ou seja, que poderia ocorrer a qualquer momento;
xi. “O que vencer será vestido de vestes brancas” (Ap 3.5 a).
1.
Nas páginas da Bíblia Sagrada, vestes
brancas falam de pureza e santidade.
2.
Elas aparecem diversas vezes no livro do
Apocalipse (Ap 3.5,18; 4.4; 6.11; 7.9,13; 19.14).
3.
Mas, quando Jesus se refere a uma promessa
aos vencedores, esse “andar” é escatológico, ou seja, futuro, e significa que
os vencedores poderão estar na companhia de Cristo por toda eternidade;
xii. “De maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida” (Ap
3.5 b).
1.
Nenhum outro livro recebe tanta importância
nas Sagradas Escrituras do que o livro da vida.
2.
Ele é mencionado em (Êx 32.33; Sl 69.28; Dn
12.1; Lc 10.20; Fl 4.3).
3.
Quando Jesus diz que jamais riscará o nome
dos vencedores do livro da vida não está se referindo a uma predestinação
fatalista, em que alguns cristãos afirmam “uma vez salvo, salvo para sempre”;
mas, pelo contrário, uma predestinação condicional, uma promessa para aqueles
que vencerem; e vencer, significa: perseverar até o fim (Mt 10.22; 24.13; Mc
13.13);
xiii. “E confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus
anjos” (Ap 3.5 c).
1.
Esta promessa nos faz lembrar o que disse
Jesus a seus discípulos: “Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens
eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.32).
2.
A expressão “confessar”, neste texto significa:
“testificar que pertence a Mim”, ou seja, aqueles que confessam a Cristo, e não
se envergonham do Seu nome, além de terem os seus nomes confirmados no livro da
vida, serão, no futuro, confessados por Cristo diante do Pai e dos seus anjos.
- Como pudemos ver, a Igreja de Sardes tinha o nome de quem estava viva, mas estava morta; em vez de influenciar a cidade, foi influenciada.
- Por esta razão, o Senhor Jesus apresenta-se como Aquele que tem os sete Espíritos de Deus, ou seja, o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.
- Mas, para que a mesma viesse a ser restaurada era preciso ser vigilante, lembrar-se do que tinha recebido e ouvido e arrepender-se dos seus pecados.
- No entanto, nem todos estavam corrompidos.
- Havia ali também cristãos sinceros que não contaminaram suas vestes. Por isso, o Senhor Jesus lhes diz que estes andariam com Ele; e, aos vencedores, Ele prometeu que estes seriam vestidos de vestes brancas, não teriam seus nomes riscados do livro da vida; e que Ele o confessaria o seu nome diante de Seu Pai e diante dos Seus anjos.
REFERÊNCIAS
BÍBLIA de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
STAMPS, Donald C. BÍBLIA de Estudo Pentecostal. CPAD.
ANDRADE, Claudionor de. Os Sete castiçais de ouro. CPAD.
LOPES, Hernandes Dias. Estudos no livro de Apocalipse. Hagnos.
SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse, versículo por versículo.
CPAD.
SITES CONSULTADOS
[1] Tudo
que é exteriorizado no sentido de uma espiritualidade dissimulada, não vai
ocultar uma decadência espiritual interiorizada regida pela carnalidade. Não
adianta promover avivamentos sem ter conhecimento de causa. A igreja de Sardes
estava nessa situação, promovendo movimentos em que a maioria da igreja estava
em pecado e mesmo assim aparentavam estarem cheios do poder com os seus
trejeitos e na realidade era um puro extravasar de emoções, sem nenhuma
participação do Espírito Santo, pois Ele não habita em templos contaminados
pelo pecado e em nossos tempos não tem sido diferente onde muitas igrejas que
tem uma ideia errônea com relação ao verdadeiro avivamento. O avivamento no
sentido de Igreja organização, não será verdadeiro enquanto prende-se a ideia
de um culto com avivalistas teatralizadores que manipulam o emocional do povo
para que se extravasem em êxtases carnais sem nenhum sintoma de
espiritualidade. Quem observa esses movimentos com uma ótica espiritual
embasada na Palavra de Deus, sabe que se trata de pura meninice. Esses
movimentos não resultam e qualquer desenvolvimento ou crescimento espiritual.
Para que haja o verdadeiro avivamento a Igreja organização deve ser uma Igreja
que conduz o povo pela doutrina bíblica que atinja a conscientização conjunta,
e todos possam seguir os preceitos exigidos pela Palavra de Deus e serem
cumpridores dela. O trabalho doutrinário sério produz grandes resultados na
igreja organismo, que é o crente individual, pois assim trabalhado pela
palavra, a sua vida se desperta para as realidades espirituais que envolvem
características morais (fruto do Espírito), transformação e santificação, que
são exigências para alcançar o verdadeiro avivamento.
[2] Parece
que muitos crentes ainda não têm uma consciência focada na sua verdadeira
condição após a sua conversão. Fomos tirados das prisões malignas e com isso
deixamos também de pertencer a esse mundo quando recebemos uma nova identidade
como cidadãos de uma nova pátria que é a pátria celestial. O que muitos não tem
se preocupado é que o inimigo não se conformou com a perda sofrida e procura
usar todos os meios que ele dispõe para nos atingir de várias maneiras e com
isso tentar minar as nossas forças espirituais e resgatar-nos de volta para o
seu domínio. Em vista disso temos que exercer uma postura precavida contra
todas as ciladas engendradas pelo inimigo contra nós. Com a nossa renúncia ao
mundo através de todos os elementos que envolvem a nossa salvação, passamos a
ser peregrinos e forasteiros neste mundo e desta forma não podemos nos amoldar
mais a sua forma mundana. Jesus rogou ao Pai por todos nós quando pediu
dizendo; não o peço que os tire do mundo, mas que os livrem do mundo,
demonstrando com isso um grande cuidado com os seus seguidores, não estando
alheio a todos os riscos e perigos a qual estamos expostos. Agora, não é porque
temos a garantia da Sua proteção, que vamos nos descuidar e acabar virando uma
presa fácil para o diabo. É bom lembrar que ele está ao nosso derredor tentando
nos tragar de volta. Daí, a necessidade de viver no espírito para não
satisfazer as concupiscências da carne.
[3] Não
podemos ser ouvintes esquecidiços da palavra de Deus e também não tentar
desdenhar do que ela nos doutrina e quer corrigir em nossa vida. Muitos dos que
querem levar uma vida na licenciosidade têm comichão nos ouvidos quando a
Palavra atinge a sua consciência pecaminosa e assim procuram igrejas sem
compromisso fiel com a Palavra de Deus, desejando ouvir as promessas ilusórias
das falsas prosperidades que tem se alastrado por todos os cantos. Assim estava
o povo de Judá antes do cativeiro babilônico, quando Deus levantou o profeta
Jeremias para adverti-lo e exortá-los ao arrependimento e eles ignoraram o
profeta e com isso entraram no juízo divino. O tempo do juízo divino sobre toda
a terra está se abreviando e isso é notório e temos que estar preparados para
sermos arrebatados a qualquer momento. Jesus usa várias ilustrações de como
será instantâneo esse momento, ou como um raio, um abrir e piscar de olhos e
também aqui é descrito como um ladrão. Fazendo aqui um estudo analógico dessa
ilustração usando a figura de um ladrão, vamos entender da seguinte forma: um
ladrão requintado que só rouba metais e pedras preciosas têm como metas
planejadas, entrar furtivamente em determinadas residências que ele sabe ter
esses tesouros, e sem nenhum tipo de violência recolhe tudo que é precioso
desprezando outros objetos volumosos como móveis, aparelhos domésticos e outras
coisas que não tem grande valor, e sai sem deixar qualquer pista. Trazendo para
o lado espiritual, Jesus virá sem que ninguém perceba e não vai levar
tranqueiras para o céu e sim aquilo que é precioso.
[4] A
santificação é um processo exigido para preservar a nossa salvação, e deve ser
intensificada, pois ela é o último estágio até a glorificação. Sem a
santificação ninguém verá o Senhor, e isso é uma exortação ao crente que vive
negligenciando quanto a sua transformação espiritual que em hipótese alguma
pode ficar estagnada. Não podemos ser crentes passivos deixando para segundo
plano os cuidados com a nossa vida espiritual, e muito pelo contrário, devemos
ser crentes ativos sempre dando lugar as operações do Espírito Santo que é o
agente transformador em nossas vidas para produzir o fruto do Espírito que é o
seu esforço em conscientizarmos das características morais que deve ser
desenvolvida em nossas vidas. O apóstolo Paulo disse que poderia fazer todas as
coisas, mas, que nem todas as coisas conviriam a ele. Isso significa que
devemos absorver tudo aquilo que nos convém, pois envolve tudo o que não
contamina as nossas vestes espirituais e descartar as coisas que não convém,
pois, podem prejudicar a nossa vida espiritual. O nosso homem velho deve estar
crucificado com Cristo, e isso nos deu condição de estarmos vestidos com
vestiduras novas que não podem mais ser contaminadas pelo mal do pecado e, é
essas vestes in-contaminadas que nos dão a condição de manter a nossa comunhão
com Cristo, tanto no tempo presente como em toda a eternidade.
[5]
Não adianta só mostrarmos que somos crentes exteriormente, e sim entendermos
que devemos ser crentes interiormente e demonstrar com atitudes exteriores que
somos novas criaturas em Cristo Jesus, pois não é o que entra pela boca que nos
contamina, e sim o que sai da nossa boca, é o que pode nos contaminar. Os nomes
dos verdadeiros crentes estão registrados em um livro, nos lugares celestiais e
esse registro é efetuado por Deus, o qual avalia constantemente a genuidade da
nossa fé cristã e da nossa santificação que deve estar num processo contínuo,
pois aquele que tem autoridade para registrar o nosso nome, tem também a
prerrogativa de riscá-lo. Jesus disse que no céu não entrará nada que
contamine, ou seja, todo tipo de abominações e mentiras, más só os que estão
inscritos no livro da vida do Cordeiro, pois quem leva a sua vida espiritual
desordenadamente e envolvida com o ilícito está praticamente desprezando o sacrifício
da Cruz e negando o nome de Jesus. Por isso Jesus disse que qualquer que negar
a fé verdadeira publicamente com atos que não condizem com a sua condição de
cristão, será negado por Ele diante de seu Pai e diante dos seus anjos. Jesus
só irá confessar o nome daquele que passar e vencer todas as tentações deste
mundo pecaminoso.
[6] A
sensibilidade a voz do Espírito Santo é algo que deve ser cultivado, exercitado
e conscientizado, pois implica em grandes benefícios espirituais que serão
desenvolvidos em nosso interior, desde que haja obediência irrestrita à sua voz
de comando, pois Ele foi enviado também para realizar esse trabalho em nossa
vida. O povo de Israel na sua jornada pelo deserto não soube superar as
tentações com fé no Deus que os conduzia, antes entravam pelo caminho de
provocar ao Senhor com murmurações e atos de rebeldia, não dando ouvidos à voz
do Espírito Santo que os conduzia. Haviam sido libertados da escravidão do
Egito onde sofreram nas mãos dos egípcios liderados por Faraó e mesmo assim
vinham os repentes de saudosismos, com desejos de retornarem para o lugar de
onde foram tirados. Assim também muitos crentes são imbuídos desses saudosismos
deixando a velha criatura falar mais alto aos seus corações e sem nenhum temor
ou tremor tentam misturar o santo com o profano, sem dar um lugar maleável em
seus corações para o trabalho transformação que o Espírito Santo quer realizar
na vida do crente. O salvo em Cristo não pode estar com um pé no mundo e outro
na Igreja, pois a nossa fé deve ser única e objetiva fixada no alvo que é o
nosso Senhor Jesus Cristo, e, é dessa maneira que temos o gosto e o prazer de
ser um crente em Cristo, quando damos ouvidos e obedecemos a voz do Espírito
Santo que está sempre falando com a Igreja.
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