LIÇÃO 09 -
PRESERVANDO A IDENTIDADE DA IGREJA
INTRODUÇÃO
- Nessa lição estaremos abordando sobre a identidade da Igreja de Cristo, que ao longo da história vem sofrendo deturpações e corrupções de seu conceito original criado por Deus.
- Veremos o significado:
- Da palavra Igreja,
- O que não é igreja,
- O que é igreja,
- Qual a identidade:
- Doutrinária,
- Histórica
- Teológica de nossa Igreja,
- Bem como refletiremos sobre a preservação da identidade, um desafio para os dias hodiernos.
- O QUE É IDENTIDADE ?
- O dicionário Aurélio define Identidade
como:
i. “Qualidade de idêntico”;
ii. “Conjunto de caracteres próprios e exclusivos de uma pessoa”;
iii. “Aspecto coletivo de um conjunto de características pelas quais
algo é definitivamente reconhecível, ou conhecido” (Aurélio, 2004,pág. 1067).
- Segundo Ana M. Bahia Bock, Dra. em
psicologia Social pela PUC-SP, em seu livro Psicologias,
i. “o termo identidade aplica-se à delimitação que permite a
distinção de uma unidade e a relação com os outros, propiciando o
reconhecimento de si” (Mercês, 2008, p.208).
- Aplicado à Igreja queremos dizer que o
termo se refere às características próprias da Igreja de Cristo que sob o
projeto de Deus foi:
i. Idealizada, projetada e criada com a finalidade exclusiva de ser seu
agente neste mundo;
ii. Promovendo a divulgação, testemunho, serviço e glorificação do
nome do Senhor, mostrando ao mundo o Reino de Deus.
- QUAL O SIGNIFICADO DA
PALAVRA IGREJA?
- Segundo o dicionário Teológico de
Claudionor Correia de Andrade, a palavra Igreja vem:
i. do hb. Qahal, assembleia do
povo de Deus;
ii. do gr. Ekklesia, assembléia pública.
iii. Organismo místico composto por todos os que aceitam o sacrifício
vicário de Cristo, e têm a Palavra de Deus como a sua única regra de fé e
conduta (Ef. 5.30-33). E isso implica em identidade.
- “No novo testamento, o mesmo termo
aplica-se também ao ajuntamento dos fiéis, num determinado lugar, para:
i. Adorar a Deus;
ii. Fortalecer a comunhão fraternal
iii. Desenvolver o serviço cristão(Fm 2)”.(Corrêa, 2006, p. 220).
- O QUE NÃO É IGREJA?
- Alguns conceitos sobre o que é Igreja
se levantaram na história contrariando o principio original tencionado
por Deus ao criar o seu corpo místico. Dentre tantos podemos elencar:
i. A Igreja não é o Judaísmo
melhorado e continuado - Embora exista um elo
entre os crentes de todas as épocas (Jo 10.16; Rm 16.24). A Igreja é vinho novo
em odres novos (Mt 9.17; 16.18; Ef. 3. 5,6 e 10).
ii. A Igreja não é o “Reino” - A palavra Reino como foi estudada na lição 01, possui diversos
significados nas Escrituras, indicando que o Reino de Deus se faz conhecido
através da Igreja, mas está além dela ( Dt. 18.18,19; Sl 45.4;72.4; Is. 9.6;
11.4; 33.21,22; At. 3.22; Ap. 19.11-16).
iii. A Igreja não é Clube e nem
agência de entretenimento - Alguns
seguimentos ditos “cristãos” tem reinterpretado o papel da igreja, alocando a
esta a condição de clubes sociais, onde pode ser encontradas reuniões para
danças, campeonatos de futebol, vôlei, etc, entre a Igrejas e até “obreiros”,
não mais existindo a palavra da Cruz, sendo esta substituída por teologia da
prosperidade e confissão positiva. Porém Paulo deixa claro que tais mensagens
devem ser anátemas (Gl 1.8,9).
- O QUE É IGREJA ?
- Em oposição aos conceitos errados
sobre Igreja, a Bíblia nos mostra a definição de Deus para seu corpo, a saber:
i. A Igreja de Cristo, no seu
sentido mais amplo é o conjunto de pessoas
regeneradas em todos os tempos e épocas, no céu e na terra (Mt. 16.18; Ef.
1.22,23; 3.10; 5,24,25; Col. 1.18; Hb 12.23).
ii. A Igreja é o corpo de
Cristo - organismo no qual Ele dá vida espiritual
e através do qual ele manifesta a
plenitude do seu poder e graça. A Igreja não é um mero agregar de indivíduos,
mas um conjunto de pessoas que Cristo salvou, nas quais Ele habita, e através
delas Ele revela Deus (Ef. 1.22,23).
iii. A Igreja é considerada em
dois sentidos:
1. Igreja Universal - Consiste de todos aqueles que, nesta dispensação, nasceram do
Espírito de Deus, e forma, por esse mesmo Espírito, um só corpo (1 Pe
1.3,22.25; 1 Cor 12.13; 15.9; Gl 1.13; Col 1.18);
2. Igreja Local - consiste de todos aqueles que professam ser crentes em qualquer
lugar:
a. Igreja de Jerusalém (At. 8.1;11.22);
b. Igreja de Antioquia (At. 13.1);
c. Igreja em Corínto (1 Cor. 1.2; 2 Cor 1.1), etc.
- QUAL A IDENTIDADE
BÍBLICA, HISTÓRICA E TEOLÓGICA DE NOSSA IGREJA?
- Identidade
Doutrinária - A identidade doutrinária de nossa
Igreja encontra-se amparada nos princípios bíblicos estabelecidos nas
Escrituras, considerando toda Bíblia como Única regra de fé e prática,
capaz de ensinar, redarguir, corrigir, para instruir em justiça (2 Tm
3.16).
- Identidade
Histórica – Esta pode variar, pois cada região
possui a sua própria história, ou seja, homens e mulheres que com suas
vidas buscaram e buscam ainda hoje levar a Palavra de Deus. Aqui se
destaca a história de cada Igreja em particular.
- Identidade
Teológica - O Movimento Pentecostal, do qual
resultou na criação e fundação das Assembleias de Deus no Brasil, sempre
enfatizou o ensino do "evangelho pleno" ou "evangelho
quadrangular".
i. O termo "quadrangular" refere-se às quatro crenças fundamentais
do pentecostalismo:
1. Jesus salva, conforme João 3:16;
2. batiza com o Espírito Santo, conforme Atos 2:4;
3. cura o corpo, conforme Tiago 5:15;
4. e está voltando novamente para aqueles que foram salvos, conforme
1 Tessalonisenses 4:16-17.
ii. Há também no Movimento a busca por uma vida de santidade e
experiência com Deus.
iii. Obs. Há no site da CGADB ou no Mensageiro da Paz o nosso credo que
se faz entendido em 14 pontos principais, que expressam nossa identidade
teológica. O credo foi abordagem do Esboço da lição 09 - A Pureza do Movimento
Pentecostal do 2º Trimestre / 2011.
- COMO
PRESERVAR A IDENTIDADE DA IGREJA?
- Mantendo
a Palavra de Deus em primazia
i. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, (...)” (At. 2.42).
ii. A Palavra é o referencial para a manutenção da identidade da
Igreja (At. 5.32, 42; 6.2,7,11; 8.14; 12.24; 13.5;12.5,7, 26 e 44).
- Promovendo
uma vida de comunhão
i. “(..) na comunhão...”(At. 2.42).
- Vivendo
uma vida de Santidade –
i. Santidade sempre foi o projeto de Deus para um povo que se chama
pelo seu nome (Rm 6.19,22; 12.1; I Co 1.30; 6.11; I Ts 4.3-7; II Ts 2.13; I Tm
2.15; II Tm 2.21).
- Cumprindo
seu papel na Evangelização e Missões
i. (At. 2.14; 3.12; 8.4,12,26; 10.17-35);
ii. Uma Igreja que deixa de
evangelizar, já deixou de ser evangélica.
- Busca
pela Renovação e Batismo com o Espírito Santo
i. (At. 2.1-4; 1 Cor 14.1; Cl. 3.16);
ii. A ênfase Paulina aos crentes em Tessalônica foi a de não apagar o
Espírito Santo (1 Ts 5.19,20).
- Orando
e Jejuando
i. (Mt. 9.37-38; At. 1.14,24; 2.42,46; 3.1; 4.24-31; 6.4-6; 9.11;
10.30,31; 11.5)
ii. Uma igreja que não ora e jejua está morta.
- Buscar
as Manifestações dos dons espirituais
i. (1 Cor. 14.1-8, 28-37,39)
ii. Esta foi uma característica da Igreja primitiva, e deve ser a
prática da Igreja em todos os tempos.
- Evidenciando
o fruto do Espírito
i. (1 Cor. 13; Gl 5.22; Ef. 2.10).
- Promovendo
o serviço cristão
i. (Jo 13.12-17At. 2.42-471 Pe 4.10,11).
- Louvando
e Adorando ao Senhor
i. (At. 2.47; 3.8,9; 1 Cor. 14. 26; Cl 3.16);
CONCLUSÃO
- Concluímos que a Igreja de Cristo possui um modelo criado por Deus que nem mesmo os séculos foram incapazes de modificar.
- Reinterpretações foram realizadas, novos modelos foram criados, todavia a verdadeira noiva de Cristo continua imaculada, sem ruga e nem mancha, pois o seu fundamento é Jesus Cristo, que disse:
- “Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).
- Portanto, honremos nossa real identidade como igreja de Cristo a espera de seu noivo a raiar nas nuvens.
REFERÊNCIAS
- CLARENCE, Henry Thiessen. Palestra em Teologia Sistemática. Ed. IBR.
- CONDE, Emílio. História das Assembleias de Deus no Brasil. CPAD.
- CORRÊA, Claudionor de Andrade, Dicionário Teológico. Ed. CPAD
- FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário. Ed. Positivo
- GILBERTO, Antônio. Verdades Pentecostais. Ed. CPAD
- HORTON, Stanley. Teologia Sistemática, Uma perspectiva Pentecostal. Ed.CPAD
- MERCÊS, Ana Maria Bahhia Bock, Psicologias. Ed. Saraiva.
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