LIÇÃO 05 – O REINO DE DEUS ATRAVÉS DA IGREJA
- INTRODUÇÃO
- Nesta lição veremos que o principal representante do Reino de Deus aqui na Terra é a Igreja.
- Sabemos que o Reino vai além dela, pois esta teve sua inauguração no dia de Pentecostes e atingirá o ápice de sua glorificação quando do arrebatamento, ao passo que o Reino de Deus já existia antes dela, principalmente por meio de Israel, e continuará a existir após o arrebatamento, no Reino Milenial e na eternidade.
- O REINO DE DEUS E A IGREJA
- No Antigo Testamento, Deus mandou levantar o tabernáculo para habitar com o seu povo:
i. “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Ex 25.8).
ii. Ele encheu-o com a Sua glória (Ex 40.34).
iii. Também o templo foi levantado com a mesma finalidade (I Rs 6.11-13)
iv. E Deus prometeu que os seus olhos e o seu coração estariam ali para sempre (I Rs 9.3-5).
- Já no Novo Testamento, Deus prometeu fazer da Igreja a sua morada (Ef 2.21,22; I Co 3.16).
i. Jesus afirmou que onde estivessem dois ou três reunidos no seu nome, ele ali estaria (Mt 18.20).
ii. É importante traçarmos este paralelo entre a Antiga e a Nova Aliança, no que diz respeito a representação do Reino de Deus.
iii. Vejamos as similaridades de dois textos notáveis:
ISRAEL (Ex 19.5,6) | IGREJA (I Pe 2.9) |
Propriedade peculiar | Propriedade peculiar |
Reino sacerdotal | Reino sacerdotal |
Nação santa | Nação santa |
A nação deveria levar o conhecimento do Senhor perante as demais nações | A Igreja do Senhor também deve anunciar as virtudes do Senhor Jesus Cristo em todos os lugares |
Israel falhou no seu propósito, e o conhecimento de Deus ficou mais restrito aos hebreus | A Igreja não falhou no seu propósito e continua espalhando o conhecimento do Senhor entre as nações |
- Apesar das muitas semelhanças, podemos mencionar duas diferenças principais entre Israel e a Igreja:
i. O sacerdócio no Antigo Pacto era restrito a uma minoria qualificada.
1. Sua atividade distintiva era oferecer sacrifícios a Deus em prol do seu povo e comunicar-se diretamente com o Senhor (Ex 28.1; II Cr 29.11).
2. Agora, por meio de Cristo, todo crente é constituído sacerdote para serviço de Deus (Ap 1.6; 5.10).
3. Isso significa que todo cristão:
4. Tem acesso direto a Deus, através de Cristo (I Pe 3.18; Jo 14.6; Ef 2.18);
5. Deve viver em santificação (I Pe 1.14-17),
6. Deve oferecer sacrifícios espirituais (Rm 12.1,2; Fp 2.17; 4.18; Hb 13.15);
7. Deve interceder uns pelos outros (Cl 4.12; I Tm 2.1)
8. E devem proclamar a Palavra (At 4.31; I Pe 3.15).
ii. A expansão do Reino quando o seu representante era tão somente Israel quase não aconteceu .
1. Dentre outros motivos, estava o sentimento de exclusivismo por parte dos judeus, o que os impedia de romper as fronteiras e as culturas das demais nações (Rm 9.1-8).
2. Já o crescimento da Igreja e, consequentemente, do Reino se dá exponencialmente:
a. At 2.41. Quase três mil almas;
b. At 4.4. Quase cinco mil almas;
c. At 5.14. A multidão cresce mais e mais;
d. At 13-28. Através das viagens missionárias, o Reino de Deus torna-se conhecido até além do vastíssimo Império Romano;
e. Hoje, mediante a obra missionária e o avanço tecnológico, a Igreja prega a mensagem da Palavra de Deus de forma intercontinental, sendo ela composta de pessoas de todas as raças, línguas, tribos e nações.
3. Não nos esqueçamos de que a Igreja é a principal representante do Reino de Deus na atual dispensação, porém este vai além daquela, uma vez que já existia antes dela e continuará existindo após o seu arrebatamento.
- O REINO DE DEUS PRESENTE NA IGREJA
- Analisemos as três vias principais da presença do Reino de Deus na Igreja:
i. Na pregação cristocêntrica . Desde os primórdios a Igreja anuncia a Cristo incessantemente.
1. Vemos isso já nos sermões dos apóstolos registrados no livro de Atos.
2. Destaquemos alguns pontos de alguns sermões. Iniciemos com o sermão de Pedro no capítulo 2:
a. vs.22 - Jesus é apresentado como aprovado por Deus e realizador de milagres e maravilhas;
b. vs.23 - Jesus é mencionado como alguém que foi injustiçado;
c. vs.24 - Jesus foi ressuscitado por Deus e mostrou senhorio sobre a morte;
d. vs.25-28 - Jesus é o cumprimento de profecias veterotestamentárias;
e. vs.32 - Jesus é digno de testemunho;
f. vs.33 - Jesus foi exaltado pelo Pai e é apresentado como o que derrama o Espírito Santo;
g. vs.34 - Jesus é o Senhor do rei Davi;
h. vs.35 - Jesus é Senhor e Cristo.
3. Vejamos também o sermão de Paulo no capítulo 13:
a. vs.23 - Jesus é o descendente de Davi e o Salvador de Israel;
b. vs.25 - Jesus é digno de muitas honrarias;
c. vs.27-29 - Jesus sofreu uma morte injusta, porém necessária;
d. vs.30 - Jesus ressuscitou dos mortos;
e. vs.33,35 - O livro dos Salmos testifica de Cristo;
f. vs.36 - Jesus é incorruptível;
g. vs.38 - Jesus é remidor de pecados;
h. vs.39 - Jesus é o único justificador.
4. Não podemos fazer diferente.
a. Jesus deve ser o centro de toda mensagem bíblica.
b. Ele encarnou, viveu neste mundo, morreu na cruz do calvário para garantir-nos a redenção, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céus e reina a direita de Deus.
c. E continua salvando, curando, batizando com o Espírito Santo, preparando o homem e virar buscar os seus em breve.
ii. Na comunhão . O apóstolo Paulo afirmou que o Reino de Deus consiste em justiça, paz e alegria (Rm 14.17), isso implica necessariamente numa maravilhosa comunhão entre os seus integrantes.
1. Tal comunhão, porém, só é possível devido a ação do amor de Deus, que foi derramado em nossas vidas por meio do Espírito Santo (Rm 5.5; I Jo 1.3).
2. A nossa comunhão com Deus possibilita a comunhão com o próximo.
3. Uma depende da outra (I Jo 1.7).
4. Lembremos que a Igreja é o Corpo de Cristo, cujos membros estão bem ligados e ajustados, mantendo um relacionamento contínuo de interdependência e cumplicidade (I Co 12.12-26).
5. Estamos fortemente vinculados pelo amor (Cl 3.14), de forma que sentimos todos uma mesma coisa (I Co 12.26), alegrando-nos com os que se alegram e chorando com os que choram (Rm 12.15).
6. A comunhão perfeita entre os crentes é um dos principais agentes de proclamação para o mundo (Jo 13.35).
iii. Nas Boas Obras: O apóstolo Paulo nos diz que a salvação não é alcançada pelas obras (Ef. 2.9), porém todo salvo deve praticá-la:
1. “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10).
2. Trata-se de uma forma eficaz de proclamação da mensagem do evangelho (Mt 5.16).
3. Tal qual Dorcas, o crente deve ser “cheio de boas obras e esmolas” (At 9.36).
4. Tiago foi enfático ao dizer que é impossível continuar professando a fé em Cristo sem a prática de boas obras, já que estas são uma expressão daquela (Tg 2.14-26).
5. Atentemos para a recomendação paulina registrada em Gl 6.10:
a. “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos na fé”.
- CONCLUSÃO
- A Igreja é parte integrante do Reino de Deus e segue firme e inabalável na sua marcha rumo aos céus.
- Muitos mais do que na Antiga Aliança, “os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt 11.5).
- REFERÊNCIAS
- Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. Ed Cpad;
- Teologia Sistemática. Eurico Bergstén; Cpad; Teologia Sistemática. Stanley Horton; Cpad;
- Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Myer Pearlman; Vida Acadêmica.
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