LIÇÃO 2 - A MENSAGEM DO REINO DE DEUS
- INTRODUÇÃO
- Nesta lição enfatizaremos a natureza do Reino de Deus, assinalando dois de seus aspectos:
i. Espiritualidade
ii. Santidade.
- Também abordaremos uma das mais sintéticas, porém abrangentes definições acerca deste Reino, que foi proferida pelo apóstolo Paulo.
- Há cruciantes esforços por parte do império das trevas, no sentido de deter o crescimento do Reino de Deus, porém todos eles são debaldes, uma vez que o Rei deste Reino domina sobre tudo e todos pelos séculos dos séculos.
- A NATUREZA DO REINO
- Dentre muitas características do Reino de Deus no tempo presente, na atual dispensação, podemos destacar a sua espiritualidade:
i. É espiritual: Trata-se de um domínio espiritual.
1. Deus começa a dominar a partir do coração dos seus servos (Jo 14.23), e tal domínio se dá através do Seu poder (Mc 9.1).
2. É bom destacarmos que o referido versículo não aponta para o Reino numa perspectiva escatológica, isto é, o Reino Milenial de Cristo, embora reconheçamos que este reino também tenha o aspecto escatológico.
3. Quando Jesus diz que muitos veriam o Reino chegar com poder, estava fazendo alusão ao Pentecostes, em que a Igreja foi inaugurada pelo poder do Espírito (At 1.8; 2.1-4).
a. Não estamos falando de uma teocracia religio-política.
b. O Reino não está vinculado ao domínio social ou político sobre as nações ou reinos deste mundo (Jo 18.36).
c. Deus não pretende na presente era reformar o mundo mediante ativismo social ou político, da força ou de ação violenta (Mt 26.52, 53).
d. Vale salientar que esse reino espiritual contrapõe-se ao reino do maligno:
REINO DE DEUS (Mc 1.15) | REINO DAS TREVAS (Cl 1.13) |
O rei é Deus (Mt 3.2;12.28) | O rei é Satanás (Jo 12.31;II Co 4.4) |
O rei é Santo (Is 6.3) | O rei é iníquo (Jo 8.44) |
Os seus integrantes são santos (I Pe 2.9) | Os seus integrantes são ímpios (Rm 1.28-32) |
Os integrantes nasceram duas vezes. São homens espirituais (Jo 3.3; II Co 5.17) | Os integrantes nasceram apenas uma vez. São homens naturais (I Co 2.14); |
A verdade é absoluta (II Tm 3.16; I Pe 1.25; II Pe 1.21) | A verdade é relativa (Is 5.20) |
Dá-se extremo valor à família segundo os moldes bíblicos: pai, mãe e filhos (Ef 5.22-33; 6.1-3) | Despreza-se o modelo bíblico, defendendo configurações |
Respeita-se a cultura até o ponto em que esta se subordina a Bíblia, que é supra cultural | Enxerga-se como cultura: culto aos demônios, festas carnavalescas e supersticiosas, e até o consumo de certas drogas |
Respeita-se a lei dos homens até o ponto em que esta não fere a Lei de Deus (At 4.19; 5.29) | Cria-se leis que contrariam a Lei de Deus (Rm 1.32) |
Prevalecem o teocentrismo e o altruísmo | Prevalecem o antropocentrismo e o pragmatismo |
Prega-se a exclusividade do cristianismo bíblico | Prega-se o ecumenismo e o sincretismo religioso |
O Espírito Santo é quem domina (Jo 14.16,17) | O espírito que domina é o do anticristo (I Jo 4.3; II Ts 2.3-7) |
ii. É santo: Uma marca claríssima do Reino de Deus é a santidade.
1. Desde o Antigo Pacto, o Senhor estabeleceu a santificação como premissa maior para sua dominação (Ex 19.5,6; Lv 11.44).
2. Interessante assinalar que no Novo Pacto, os padrões ético-morais são ampliados pelo nosso Senhor Jesus Cristo.
3. É possível, à luz do Sermão da Montanha, traçarmos um rápido paralelo entre os ditames dados por meio de Moisés e por meio de Cristo:
PENTATEUCO | SERMÃO DA MONTANHA |
Os homicidas seriam punidos (Ex 20.13) | Aqueles que tão somente se irritarem sem causa contra o irmão será réu de juízo (Mt 5.22) |
Os que praticassem o adultério seriam punidos (Ex 20.14) | Aqueles que tão somente desejarem o próximo já cometeram adultério (Mt 5.28) |
Olho por olho e dente por dente (Ex 21.23...) | Pagar o mal com o bem (Mt 5.39-42) |
Amar o amigo e aborrecer o inimigo (Mt 5.43) | Amar os inimigos, bendizer os maledicentes, fazer o bem aos odientos e fazer o bem aos maus e perseguidores (Mt 5.44) |
- O QUE O REINO DE DEUS SIGNIFICA
- Abordaremos três aspectos importantíssimos do Reino de Deus, à luz do texto de Rm 14.17, que nos diz:
i. “porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”.
- O apóstolo Paulo estava tratando do relacionamento interpessoal dos irmãos que estavam em Roma.
i. Dentre os santos, havia os mais fortes (ou maduros) e os mais fracos (ou imaturos).
ii. Paulo deixa bem claro que os mais fortes não deveriam abusar de sua liberdade em Cristo para escandalizar os mais débeis na fé.
iii. Ele chega a dizer que se o comer carne se tornasse em tropeço para o seu irmão, então ele não mais o faria, pois o Reino de Deus era muito mais do que o simples comer ou beber, mas consistia em justiça, paz e alegria.
1. Justiça. A base da justiça do Reino está no seu próprio Soberano, que é justo (Sl 7.11; 11.7).
a. Esse Deus justo, justifica todos os integrantes do seu Reino mediante o sacrifício de Cristo (Rm 3.26; 5.1).
b. Ele julga as causas de sua dominação com justiça, equidade, imparcialidade.
c. Uma vez que fomos justificados, devemos deixar transparecer essa justiça, a fim de que o mundo injusto se maravilhe diante de um Reino justo.
d. Numa perspectiva escatológica, o Senhor julgará os salvos, no seu Tribunal (Rm 14.10), e os ímpios também (Ap 20.11-15);
2. Paz. A paz que reina no Reino advém do próprio Cristo, que é o Príncipe da Paz (Is 9.6).
a. Não se trata de uma ausência de guerras ou perturbações externas, até porque a Igreja sempre enfrentou, e ainda enfrenta, tribulações e perseguições (Jo 16.33; At 14.22).
b. Estamos falando de uma paz interior gerada pelo Espírito Santo nos salvos em Cristo (Gl 5.22).
c. É uma quietude incondicional, que nos leva a descansar em meio a tormenta.
d. Destacamos os três principais aspectos desta paz:
i. Paz com Deus. Alcançada através da conversão a Cristo (Rm 5.1,2; Ef 2.13-17);
ii. Paz de Deus (Jo 14.26,27; Fp 4.7; Cl 3.15);
iii. Paz com os homens (Rm 12.18; Ef 4.3,4; Fp 2.4);
e. Numa perspectiva escatológica, assinalamos que o Reino Milenial de Cristo será de paz universal (Sl 72.7; Is 2.2-4).
3. Alegria. Referimo-nos à alegria, ao gozo cujo fundamento é Deus, e que é produzida pelo Espírito Santo (Gl 5.22).
a. Ela é constante, perene, persistente, incondicional.
b. Prova disso é o fato do apóstolo Paulo ter escrito a carta aos filipenses, que ficou conhecida como a “Carta da Alegria”, de uma prisão romana.
c. Por diversas vezes, mesmo preso injustamente, ele recomenda o regozijo para os crentes (Fp 3.1; 4.4,11,12).
d. Diz respeito a um gozo inefável (I Pe 1.8) e abundante (Rm 15.13).
e. Os integrantes do Reino estão ungidos com o óleo da alegria (Sl 45.7).
f. Enfatizemos algumas fontes de alegria para os súditos desse Reino:
i. A salvação (Sl 13.5; 31.7; Is 61.10);
ii. Os atos poderosos de Deus (At 8.8);
iii. O Espírito Santo (Gl 5.22);
iv. A presença de Deus (Lc 1.47; Sl 16.11; 122.1);
v. A bênção de Deus (Sl 126.3; I Ts 3.9);
vi. A nossa esperança (Rm 12.12; Tt 2.13)
- CONCLUSÃO
- Vimos que na dispensação presente, o Reino é espiritual e se contrapõe veementemente ao Reino de Satanás.
- Os súditos de Cristo estão separados moral e espiritualmente dos súditos do Maligno.
- Esforcemo-nos, pois, e sigamos ao Régio Dominador, uma vez que esse Reino tomará proporções universais e subjugará definitivamente todos os seus inimigos, estando nós, para sempre, ao lado do Rei dos Reis (Dn 2.34,44). Amém!
- REFERÊNCIAS
- Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. Ed Cpad
- O N.T interpretado versículo por versículo. R.N. Champlin. Ed Hagnos
- O Fruto do Espírito. Pr Antônio Gilberto. Ed Cpad
- O Novo Dicionário da Bíblia. J. D. Douglas. Ed Vida Nova
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