LIÇÃO 11 - A INFLUÊNCIA CULTURAL DA IGREJA
INTRODUÇÃO
- Nesta lição estudaremos sobre o papel da Igreja em meio às diversas culturas, e como ela influenciará os povos com a Palavra de Deus, onde estaremos respondendo algumas perguntas, tais como:
- Será que devemos absorver os aspectos da nossa sociedade como “cultura”, mesmo que estes contrariem os preceitos da Palavra de Deus?
- Qual deve ser o papel da igreja na transformação da cultura de um povo?
- Aprenderemos também que, tendo a Bíblia como sua única regra de fé e prática, a igreja deve influenciar a sociedade, sem jamais se deixar ser influenciada.
- O QUE É CULTURA
- De acordo com a escritora Bárbara Bruns em seu livro Costumes e culturas: uma introdução à missionária –
i. “Cultura é o conjunto
de comportamentos e idéias característicos de um povo, que se transmite de uma
geração a outra e que resulta da socialização e aculturação verificadas no
decorrer de sua história, ou seja, cultura é o conjunto de manifestações
artísticas, sociais, lingüísticas e comportamentais de um povo ou civilização”.
- Portanto, podemos dizer que, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações:
i. música,
ii. teatro,
iii. rituais religiosos,
iv. língua
v. falada
vi. escrita,
vii. mitos,
viii. hábitos
ix. alimentares,
x. danças,
xi. arquitetura,
xii. invenções,
xiii. pensamentos,
xiv. formas de organização
social, etc.
- A cultura resume todos os costumes ligados à família, à nacionalidade, ao trabalho e ao modo do ser humano encarar a vida.
- A CULTURA DEPOIS DA QUEDA NO AT E NO NT
- Apesar da cultura estar contaminada pelo pecado, ela pode ser uma fonte da verdade, se não vier a contradizer os princípios bíblicos.
- Apesar do homem ter condições de transpor as barreiras da sua própria cultura, a cultura acaba definindo em grande parte quem o homem é, definindo seus valores estéticos, éticos e sociais.
- Quando o costume cultural está de acordo com a verdade bíblica, ele deve ser preservado e seguido; porém, quando contraria os princípios estabelecidos na Palavra de Deus, deve ser rejeitado e combatido pela Igreja de Cristo. Vejamos alguns exemplos:
i. As Escrituras afirmam
que, quando a cultura contradiz a verdade revelada, a cultura deve ser relegada
e combatida.
1.
Podemos ver no AT que os costumes dos povos deveriam ser
rejeitados pelos israelitas porque estavam ligados a uma religião idólatra e
cruel (Lv 18:24-29).
2.
Estes costumes incluíam práticas que abrangiam as diversas áreas
da vida como a família, a vestimenta, a religião, a arquitetura, direito, etc.
3.
Em certas situações toda a cultura de um povo deveria ser
completamente destruída (Dt 25:17-19; I Sm15:2-3).
4.
Os filhos de Israel deveriam cumprir o mandamento de não cortar
o cabelo em redondo, nem danificar as extremidades da barba (Lv 19:27).
5.
É provável que aquele costume cultural identificasse a pessoa
com o paganismo e por isso deveria ser rejeitado.
ii. As Escrituras relatam
exemplos de pessoas que conheciam muito bem a cultura da sua época, mas que
permaneceram fiéis a Deus e foram muito importantes na História da Salvação:
1.
Daniel e seus amigos na corte babilônica é um grande exemplo.
2.
Eles foram dotados por Deus com o conhecimento e inteligência em
toda literatura e sabedoria (Dn 1:17-21).
3.
Isto quer dizer que ele tinha conteúdo cultural e sabia usar
aquele conhecimento com equilíbrio e sabedoria.
4.
Apesar deste conhecimento cultural, Daniel e seus companheiros
não permitiram que o conhecimento da literatura e da língua dos caldeus
abalassem sua fé.
iii. Jesus Cristo, o mais
sublime de todos os exemplos.
1.
O Senhor Jesus é o melhor exemplo de alguém que não deixou ser
influenciado pela sua cultura.
a.
Ele veio ao mundo como homem (Jo1.1,14; Fp 2.5-11), F
b.
Foi circuncidado e apresentado no templo (Lc 2.21-38),
c.
Participou das festas judaicas (Lc 2.3943),
d.
Demonstrando estar em contato com sua cultura.
e.
Porém, não se rendeu a ela para ir de encontro aos princípios da
Palavra de Deus (Mc 7.1-15).
iv. Indo para o Novo
Testamento, temos o exemplo do apóstolo Paulo.
1.
Ele também foi um cristão que entrou em contato com a cultura do
seu tempo, mas não deixou se corromper por nenhuma prática cultural.
2.
Seus escritos revelam conhecimentos razoáveis em variadas áreas
da cultura (At 17:15-34).
3.
Paulo podia levar os princípios eternos da revelação especial
que ele recebia a sua prática? Sim! Porque conhecia bem os costumes judaicos em
que ele fora criado, bem como os costumes dos povos que ele estava
evangelizando (I Co 11:1-16).
4.
Apesar deste conhecimento cultural, o apóstolo Paulo não
negociava com a cultura de sua época se esta prejudicasse a Palavra que ele
pregava.
5.
Para Paulo, o meio de salvação dos perdidos era a pregação do
evangelho.
6.
Ele rejeitou a retórica dos gregos para que a fé daqueles irmãos
não repousasse sobre a sabedoria humana, mas sobre o poder de Deus (1 Co
2:1-5).
- COMO O CRISTÃO DEVE SE RELACIONAR COM A CULTUR A?
- Os cristãos devem ser agentes transformadores da sociedade.
- Nossa responsabilidade de transmitir e viver adequadamente o evangelho em qualquer cultura é bíblica.
- Escrevendo aos coríntios (1 Cor 10.31) o apóstolo Paulo diz: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus”.
- Significa dizer que tudo o que fazemos na vida, até as coisas mais instintivas, como o comer e o beber, deve ser feito com a plena conscientização da glorificação a Deus.
- Não podemos, portanto, simplesmente aceitar uma civilização como ela é sem ter a visão clara do que ela tem contrário à Palavra de Deus.
- A IGREJA INFUENCIANDO A CULTURA E A SOCIEDADE
- Uma das principais atribuições da igreja é a de influenciar a cultura e a sociedade onde ela está inserida (Mt 5. 13-16; Mc 9.49; Lc 14.34-35; Mc 4.21; Lc 8.16; 1Pe 2.12; Jo).
- E como ela pode fazer isto? Priorizando os princípios da Palavra de Deus, independente do modelo cultural da sociedade.
- Na prática, significa combater o pecado, mesmo que este seja visto como uma questão cultural.
- É ensinar sobre a fidelidade conjugal (Hb 13.4), mesmo quando a infidelidade já se tornou comum; combater a mentira e o engano (Ef 4.25; Rm 12.17), ainda que sejam vistas como coisas normais ou naturais; pregar contra o paganismo e a idolatria (Rm 2.22; I Jo 5.21), mesmo quando ela é vista como mera religiosidade, etc.
- Recebemos do Senhor Jesus uma responsabilidade para produzir uma cultura debaixo do Senhorio de Cristo ( 2 Cor. 10.4,5), ou seja, promover a cosmovisão cristã em um mundo pluralista (Rm 12.1,2), onde as culturas estão afetadas em suas estruturas e práticas do pecado, necessitando assim, que a Igreja exerça sua função profética (1 Pd 2.9,10), mostrando o caminho que Deus planejou para vivermos como seres humanos, julgando nossas vidas por essas normas.
CONCLUSÃO
- Vimos que cultura é a atividade humana que intenciona o uso, o prazer e o desenvolvimento da raça humana.
- A Bíblia nos fala a respeito da cultura. Ela diz que, quando a cultura contradiz a verdade revelada, ela deve ser combatida; ensina também que, quando um costume cultural está de acordo com os princípios eternos, ele deve ser seguido.
- E, acima de tudo ela relata diversos exemplos de pessoas que, mesmo estando inseridas em diversas culturas, elas permaneceram fiéis a Deus, sem deixar se corromper pelas culturas.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, João Ferreira
de. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. São Paulo: CPAD.
STAMPS, Donalt C.
Bíblia de Estudo Pentecostal. São Paulo: CPAD.
ZUCK, Roy. Teologia do
Novo Testamento. São Paulo: CPAD.
KENNEDY, D. James. E
se Jesus não tivesse nascido? São Paulo: Vida.
HORTON, Michael S. O
Cristão e a Cultura; nem separatismo nem mundanismo. São Paulo: Cultura Cristã.
RICHARDSON, Don. O
Fator Melquisedeque. São Paulo: Vida Nova.
Nenhum comentário:
Postar um comentário