T03 L10 - A ATUAÇÃO SOCIAL DA IGREJA

LIÇÃO 10 - A ATUAÇÃO SOCIAL DA IGREJA

INTRODUÇÃO

• Embora o serviço social seja uma responsabilidade governamental, a Igreja de Cristo, como principal representante do Reino de Deus aqui na terra, não deve ser omissa.
• Por isso, além da evangelização e do ensino da Palavra de Deus, a igreja deve também ajudar aos pobres, viúvas e necessitados, conforme nos recomenda a Palavra de Deus (Mt 5.42; Gl 2.10; Tg 1.27; 2.15,16).
• No entanto, isto só se torna possível quando cada crente, individualmente, se dispõe a socorrer ao próximo.
• Portanto, esta lição deve servir, não só de esclarecimento acerca deste tema, mas, acima de tudo, como um estímulo e incentivo para que cada cristão faça a sua parte no que diz respeito a obra social.

1. FOME E POBREZA, UMA REALIDADE ANTIGA, MAS TAMB  ÉM ATUAL
1. Antes mesmo de criar o homem, Deus já havia providenciado o mantimento e alimentação que lhe era necessária (Gn Gn 1.11,12,29,30).
2. Mas, por causa do pecado, a fome, pobreza e a miséria passaram a fazer parte da história da humanidade.

                                          i.    A Fome. A fome é um dos principais problemas que afetam a humanidade.

1.    Calcula-se que a cada ano morrem cerca de vinte milhões de pessoas no mundo por causa da fome.

2.    As grandes vítimas são as crianças, pois, a alimentação inadequada retarda o seu desenvolvimento físico e mental, além de reduzir a sua resistência às doenças.

3.    Mas, este problema não é recente.

4.    A Bíblia registra diversos períodos de fome que ocorreram no passado, tais como nos dias de:

·         Abraão (Gn 12.10);

·         Isaque (Gn 26.1);

·         José (Gn cap. 41-47);

·         Rute (Rt 1.1-8);

·         Davi (II Sm 21.1);

·         Elias (I Rs cap. 17,18);

·         Eliseu (II Rs 4.38; 6.24-7.20);

·         Zedequias (II Rs 25.3)

·         e outros.

                                         ii.    A Pobreza. A pobreza é uma situação econômica na qual as pessoas são incapazes de obter os meios de sustento, por seus próprios esforços, sendo-lhes necessário passar fome, privações e necessidades.

1.    Ela pode ocorrer por culpa do próprio indivíduo (Pv 6.6-11; 23.21; 24.33,34) ou por catástrofes e circunstâncias adversas (Rt 1.1-5,19-22; Jz 6.6).

2.    A Bíblia diz que sempre haverá na terra: “Pois nunca deixará de haver pobres na terra”(Dt 15:11); “Porquanto sempre tendes convosco os pobres (Mt 26:11)

2. SOCORRO AOS POBRES, UMA RECOMENDAÇÃO BÍBLICA
1. Não obstante aos problemas causados pela fome e pela pobreza, Deus ordenou em Sua Palavra que o seu povo cuidasse dos pobres e necessitados. Vejamos:

                                         i.    Recomendações no A.T.

1.    Deus condenou a opressão contra os pobres (Sl 72.14; Is 3.15; Am 2.6);

2.    Prometeu recompensar aqueles que atendessem aos pobres (Sl 41.1; Pv 14.21);

3.    E, quando deu a Lei aos filhos de Israel, exigiu que eles lembrassem dos pobres (Ex 23.11; Lv 14.21;19.10; Dt 24.19-22).

4.    Além disso, Deus determinou que um escravo tinha de ser libertado no seu sétimo ano de serviço (Ex 21.1);

5.    Uma peça de vestuário que fosse tomada como penhor, tinha de ser devolvida antes do pôr-do-sol (Ex 22.26)

6.    E que os salários fossem pagos diariamente aos trabalhadores (Lv 19.13)

7.    E que a viúva, o estrangeiro e o órfão fossem atendidos em suas necessidades (Ex 22.22; Dt 10.18; 14.29).

                                       ii.    Recomendações no N.T.

1.    Jesus reconheceu o caráter permanente da pobreza no mundo (Mt 26.11; Mc 14.7), mas isso não significa dizer que ele era indiferente para com o sofrimento causado pela pobreza, pois,:

·         Ele mesmo multiplicou pães e peixes (Mt 14.13-21; 15.29-39)

·         E ensinou sobre o dever de atender aos pobres (Mt 6.1-4; 19.21; 25.31-46).

2.    Além disso, a igreja fez diversas vezes coletas entre os irmãos com o objetivo de socorrer aos santos que estavam padecendo necessidades (Rm 15.25-27; I Co 16.1-4; II Co 8; 9; Fp 4.18,19).

3.    Na Epístola aos Romanos, por exemplo, Paulo descreve diversos dons, inclusive o de repartir (Rm 12.6-8).

                                      iii.    O exemplo da Igreja Primitiva.

1.    Como resultado do crescimento da Igreja, logo surgiram os primeiros problemas (At. 6:1).

·         Houve uma murmuração por parte dos judeus de língua grega, porque suas viúvas estavam sendo esquecidas na distribuição diária.

·         A solução para o problema foi escolher sete homens de boa reputação e cheios do Espírito Santo para lhes colocar sobre este importante negócio, ou seja cuidar da ação social (At 6.3).

·         Para os cristãos do primeiro século, a ação social também era um importante negócio!

3. ASSISTÊNCIA SOCIAL, UM PRECEITO BÍBLICO
1. De acordo com Aurélio, a assistência social “é um serviço gratuito de natureza diversa, prestado aos membros da comunidade social, atendendo às necessidades daqueles que não dispõe de recursos suficientes.”
2. Assim, devemos entender que a assistência social não se restringe a doação de donativos e de alimentos, mas envolve também outras atividades, tais como:

                                          i.    visita aos enfermos e encarcerados,

                                         ii.    assistência aos desabrigados,

                                        iii.    atividades filantrópicas,

                                       iv.    ações que viabilizem a inclusão social, etc.

3. Portanto, devemos entender que a missão da igreja não deve apenas se limitar às necessidades espirituais da sociedade, mas também, física e social. Vejamos o que a Palavra de Deus nos recomenda:

                                          i.    No Sermão da Montanha Jesus ensinou sobre o dever de socorrer ao aflito e ao necessitado (Mt 5.42; 6.1-4);

                                         ii.    Profeticamente, Jesus falou acerca do julgamento futuro, onde haverá recompensa para aqueles que socorrerem o seu povo, bem como sobre o juízo que sobrevirá sobre aqueles que deixarem de socorrê-los (Mt 25.34-46);

                                        iii.    O apóstolo Tiago adverte que a verdadeira religião é visitar os órfãos e viúvas nas suas necessidades (Tg 1.27).

                                      iv.    Aqui faz-se importante destacar as obras de assistência social exercidas pela Igreja Local.

4. IV - PRINCÍPIOS QUE DEVEM REGER A CONTRIBUIÇÃO

1. Quando os cristãos de Jerusalém estavam padecendo privações, Paulo sentiu a necessidade de fazer uma coleta entre os coríntios, para enviar à Jerusalém, numa demonstração de solidariedade e de gratidão, àquela igreja. Nessa ocasião ele enumera alguns princípios que devem reger a contribuição. Vejamos:

                                          i.    A contribuição deve ser proporcional ao que ganhamos: “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de         parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade” (I Co 16.2).

                                         ii.    A contribuição deve ser realizada de forma voluntária, e com alegria: “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria” (II Co 9.7)

                                        iii.    Quando Deus nos dá em abundância, é para que multipliquemos as boas obras: “E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra” (II Co 9.8).

                                       iv.    A colheita é proporcional ao plantio. “E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundancia, em abundância ceifará.” (II Co 9.6).  

5. PROMESSAS PARA OS QUE AJUDAM AOS NECESSITADOS
1. As Escrituras descrevem diversas promessas para quem socorre ao necessitado. Citamos apenas algumas:

                                          i.    Jesus equiparou as dádivas repassadas aos irmãos na fé, como se fossem a ele próprio: “E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.40,45).

2. Quem se compadece do pobre é recompensado pelo próprio Deus: “Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, ele lhe pagará o seu benefício” (Pv 19.17).
3. Jesus disse que aquele que dá esmola, será recompensado por Deus: “Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente” (Mt 6.3,4).

CONCLUSÃO

• A missão da igreja inclui, não apenas a proclamação do Evangelho, mas também a assistência aos pobres, a visita aos enfermos e encarcerados, bem como atividades filantrópicas, como nos recomenda a Palavra de Deus.
• Como representantes do Reino de Deus aqui na terra, não devemos ser omissos a esta realidade social.
• Portanto, sigamos o conselho do apóstolo Paulo: “Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6:10).

REFERÊNCIAS

• Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. C.P.A.D.
• Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. R.N. Champlin. HAGNOS.
• Pequena Enciclopédia Bíblica. Orlando Boyer. C.P.A.D.
• I e II Coríntios, Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. Stanley M. Horton. C.P.A.D.