USO DO VÉU E CABELOS
SEGUNDO
1ª CORÍNTIOS 11
“Todo homem que ora, ou profetiza
tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça. Toda mulher, porém que
ora, ou profetiza, com a cabeça sem o véu, desonra a sua própria cabeça, porque
é com se a tivesse rapada. Portanto, se a mulher não usa o véu nesse caso que
rape o cabelo. Mas se lhe é vergonhoso o tosquiar-se, ou rapar-se, cumpre-lhe
usar véu” (1ª Co 11.2-6).
Umas das regras da hermenêutica para
se fazer uma interpretação bíblica correta é estudar o contexto histórico, o
período, a cultura e os costumes de quem escreveu, etc. Porém, quem não teve
esse privilegio não sabe definir como foi escrita, ou por que foi escrita, a
quem foi endereçada e comete o erro grosseiro de defender o uso do véu e o
cabelo comprido para as mulheres como doutrina bíblica.
Algumas igrejas estão mais para o Islamismo, cheia de leis e morte, bem diferente da Igreja de Jesus Cristo, livre e operante. Por isso vamos estudar este tema analisando o sentido do véu e o cabelo para mulheres.
A Carta do apóstolo Paulo foi
primeiramente endereçada aos irmãos da cidade de Corinto, na Grécia. Corinto é
até hoje uma cidade portuária muito importante, pois recebe embarcações de
todas as nações através do Mar Mediterrâneo. Corinto foi uma autêntica
metrópole, abrigando gente de todas as culturas antigas. A cidade oferecia aos
viajantes, mais divertimento e opções culturais que outros portos. Lá ficava o
único anfiteatro (uma construção romana) da Grécia com capacidade para mais de
20.000 pessoas. Naqueles dias, havia um culto a uma deusa chamada Afrodite, que
era tida como a deusa da fertilidade. E nesses cultos havia a presença de
prostitutas culturais, que tinham relações sexuais durante a cerimônia. A maioria
delas tinha a cabeça raspada. O seu templo abrigava mais de 1000 prostitutas. A
cidade tornou-se símbolo da promiscuidade e decadência moral. Este culto passou
ser uma tradição da cidade e infelizmente existe até hoje na Grécia. Por volta
do ano 50 Paulo morou nesta cidade por um período de 18 meses (At 18.11), onde
ensinou o evangelho, e mesmo debaixo de perseguição deixou ali uma igreja
implantada. Depois que partiu, Paulo escreveu uma carta, hoje perdida (1ª Co
5.9). Talvez em resposta a essa carta, os crentes lhe redigiram algumas
perguntas inquietantes. A contestação de Paulo sobre os problemas de divisão
(1.11), a imoralidade entre os irmãos (cap. 5; 6.9-20) e as perguntas
concernentes a casamento, alimentos, adoração e ressurreição, provocaram a composição
de primeira Coríntios.
A cultura judaica era diferente dos
costumes de Coríntios. As mulheres gregas vestiam-se de modo diferente das
judias. Os judeus jamais comeriam uma comida vendida em mercado, principalmente
sacrificada a ídolos. Um judeu de modo algum permitiria que as mulheres
falassem nas sinagogas, mas na cultura helênica, contanto que cobrisse a
cabeça, as mulheres receberiam permissão para orar, pregar (profetizar) e
exercer alguns ministérios. A cultura hebraica se chocava com a cultura de
Coríntios.
Naqueles dias os homens jamais
cobriam a cabeça para orar a Deus; somente as mulheres. Séculos depois, esse
costume judaico mudou. Quando um homem entrava na sinagoga recebia o talith, um
xale de quatro pontas para ser posto sobre sua cabeça. Os romanos, antes do
aparecimento do talith judaico, já costumavam entrar em seus templos com a
cabeça coberta. Os gregos, todavia, tradicionalmente oravam e adoravam com a
cabeça descoberta. Traduzindo essa argumentação grega, Paulo argumenta que o homem
deve orar assim porque ele é a imagem de Deus na terra e esta imagem não pode
ser encapuzada.
Continua....
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