1. DEFINIÇÃO
DE SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS
a.
Podemos
definir assim suficiência das Escrituras:
i. Dizer que as Escrituras são
suficientes significa dizer que a Bíblia contém todas as palavras divinas que
Deus quis dar ao seu povo em cada estágio da história da redenção e que hoje
contém todas as palavras de Deus que precisamos para a salvação, para que, de
maneira perfeita, nele possamos confiar e a ele obedecer.
2. PODEMOS
ENCONTRAR TUDO O QUE DEUS DISSE SOBRE TEMAS ESPECÍFICOS E TAMBÉM RESPOSTAS ÀS
NOSSAS PERGUNTAS
a.
Logicamente,
temos consciência de que jamais obedeceremos perfeitamente a todas as palavras
das Escrituras nesta vida (ver Tg 3.2; 1Jo 1.8-10; e o capítulo 24 abaixo).
b.
Portanto,
de início pode não parecer muito significativo dizer que tudo o que temos de
fazer é o que Deus nos ordena na Bíblia, pois de qualquer modo jamais seremos
capazes de obedecer-lhe plenamente nesta vida.
3. A
VERACIDADE DAS ESCRITURAS
a.
A
essência da autoridade das Escrituras está na sua capacidade de nos compelir a
crer nelas e a elas obedecer, fazendo que tal fé e obediência sejam
equivalentes a fé e obediência ao próprio Deus.
b.
Por
esse motivo, é necessário considerar a veracidade das Escrituras, pois crer em
todas as palavras da Bíblia implica confiança na completa veracidade das
Escrituras em que cremos.
c.
Esse
assunto foi discutido mais profundamente nas considerações que efetuamos sobre a
inerrância das Escrituras.
4. APLICAÇÕES
PRÁTICAS DA SUFICIÊNCIA DAS ESCRITURAS
a.
A
doutrina da suficiência das Escrituras tem várias aplicações práticas na vida
cristã.
b.
A
seguinte lista se pretende útil, mas não exaustiva.
i. A
suficiência das Escrituras deve-nos incentivar:
1.
A
tentar descobrir aquilo que Deus quer que pensemos (sobre uma questão
doutrinária específica) e façamos (numa dada situação).
2.
Devemos
nos convencer de que tudo o que Deus quer nos dizer sobre essa questão se
encontra nas Escrituras.
3.
Isso
não significa que a Bíblia responde a todas as dúvidas que possamos conceber,
pois “as coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus” (Dt 29.29).
ii. A
suficiência das Escrituras nos lembra de que não devemos acrescentar nada à
Bíblia
1.
Nem
equiparar algum outro escrito à Bíblia.
2.
Esse
princípio é violado por quase todas as seitas.
a.
Os
mórmons, por exemplo, afirmam crer na Bíblia, mas também reclamam autoridade
divina para O Livro de Mórmon.
b.
Os
seguidores da Ciência Cristã, igualmente, afirmam crer na Bíblia, mas na
prática equiparam às Escrituras o livro Science and Health With a Key to the
Scriptures [Ciência e saúde com uma chave para as Escrituras], de Mary Baker
Eddy, ou o colocam até acima da Bíblia em termos de autoridade.
3.
Como
isso viola a ordem divina de nada acrescentar às suas palavras, não devemos
pensar que encontraremos nessas obras mais palavras de Deus para nós.
iii. A
suficiência das Escrituras também nos diz que Deus não exige que creiamos em
nada sobre si mesmo ou sobre sua obra redentora que não se encontre na Bíblia.
1.
Entre
os escritos do tempo da igreja primitiva acham-se algumas coleções de supostos
dizeres de Jesus não preservados nos evangelhos.
2.
É
provável que pelo menos alguns dos “dizeres de Jesus” encontrados nesses
escritos sejam registros mais ou menos precisos de coisas que Jesus de fato
falou (embora hoje nos seja impossível determinar com um grau elevado de
probabilidade quais são esses dizeres).
iv. A
suficiência das Escrituras nos mostra que nenhuma revelação moderna de Deus
deve ser equiparada à Bíblia no tocante à autoridade.
1.
Em
vários momentos ao longo da história, e especialmente no moderno movimento
carismático, muitas pessoas já afirmaram que Deus transmitiu revelações por
meio delas para benefício da igreja.
2.
Seja
como for que avaliemos essas alegações, precisamos tomar o cuidado de jamais
permitir (na teoria ou na prática) a equiparação dessas revelações às
Escrituras.
v. Com
respeito à vida cristã, a suficiência das Escrituras nos lembra de que não
existe pecado que não seja proibido pelas Escrituras, quer explícita quer
implicitamente.
1.
Andar
na lei do Senhor é ser “irrepreensível” (Sl 119.1).
a.
Portanto,
não devemos acrescentar proibições àquelas já afirmadas nas Escrituras.
vi. A
suficiência das Escrituras também nos diz que Deus nada exige de nós que não
esteja determinado explícita ou implicitamente nas Escrituras.
1.
Isso
nos lembra que nossa busca da vontade de Deus deve-se concentrar nas
Escrituras, ou seja, não devemos buscar orientação pelas orações que peçam
alteração das circunstâncias ou dos sentimentos, ou ainda orientação direta do
Espírito Santo fora das Escrituras.
FINALIZAMOS AQUI COM ESTE ARTIGO O ESTUDO REFERENTE A MATÉRIA TEOLOGICA DE BIBLIOLOGIA.
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